Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O blog mais diverso num universo controverso.
Ontem abri o jornal
E li sobre a morte
De alguém chamado Amor.
Nunca o conheci.
Sempre ouvi falar bem,
E o obituário longos elogios
Tecia a este estranho.
Lamento a sua morte.
Morte é sempre trágico,
Não a desejo a ninguém,
Muito menos aos imortais.
Não deixo, no entanto,
De permanecer um figurante
Na história em que o Amor
Foi a personagem principal.
Contaram-me uns detalhes,
Histórias belas e rosadas,
Que pouco me dizem
Por serem de um mundo paralelo.
Se pouco percebo deste mundo,
Nem sei que diga sobre os infinitos outros.
Nunca conheci o Amor.
Deve ter sido importante
Para tanto se falar dele.
Conheço-me a mim,
E pelo que li no jornal
Pouco tenho em comum
Com aquele a que chamam Amor.
Eu,
O Amor,
Seremos sempre estranhos.
Agora que morreu
Nada há a fazer.
Mais vale dizer adeus
À hipótese de o conhecer.
Há quem o chore,
Quem por ele peregrine,
Quem se suicide.
Eu aqui fico,
A ler o jornal.